4. Carta ao ex namorado

Hoje penso em como foi bom e que todas as coisas boas, devem durar o tempo suficiente para aprendermos a amá-las e a dar-lhes valor, como às bonecas de porcelana, mas temos que saber o tempo em que lhe devemos dar liberdade e a deixá-los ir, como se fossem cavalos selvagens. Talvez eu ainda não tenha aprendido a deixar partir quem amo, mas mesmo assim isso para ti não foi um obstáculo, soltaste-te e fugiste.

Não vou negar, amei-te bastante, talvez até demasiado, mas hoje já só permaneces no meu coração, por tudo o que representas-te para mim, foste um sonho, mais que um mero namorado, foste um irmão. E hoje, do que tenho mais saudades é da cumplicidade que nos unia, dos sorrisos, dos segredos, das conversas banais, muitas dela sem um sentido lógico, mas que me deixavam feliz e sabia que ali contigo tinha um porto de abrigo, para atracar em dias de tempestade, eras o meu mar em que eu zarpava com toda a velocidade num barco de borracha.

Foste o meu príncipe encantado, apesar de ter sido duro ver-te desmontado desse cavalo branco em que sonhava que me vinhas buscar, foi duro ver-te sem a armadura que te tornava forte e sem essa coroa dourada a adornar os teus cabelos castanhos.

Foste talvez, a pessoa que mais feliz me fez e tenho pena que tudo tenha acabado, sem ficar uma amizade.

Obrigado, pelos momentos que me proporcionas-te, pelos abraços e sorrisos, pelos passeios de mão dada sem rumo, pelas horas de almoço em que me sussurravas esse “amo-te” tão querido e sincero ao ouvido, milhentas vezes, sem nunca te cansares. Obrigada por me olhares com esses lindos olhos castanhos tão queridos, obrigada por me abraçares com esses grandes e fortes brancos e obrigada por me acariciares os meus cabelos castanhos com essas grandes mãos de que eu tenho saudades.

Creio, que ainda hoje permaneces por tudo o que foste e talvez, permanecerás para sempre.

Obrigada Miguel (: