sexta-feira, 15 de abril de 2011

Diário da minha vida - 2


8h da manhã e a minha mãe já me foi despejar ao infantário, nem um beijo e um “boa escolinha” me desejou, vou indo sozinha até à minha sala, com apenas 4 anos, completamente indefesa e com uma lágrima no canto do olho a acompanhar os meus passinhos nos meus sapatinhos brilhantes.
Chego à sala e o dia corre normalmente, chega a tarde e a hora de irmos brincar lá para fora. Lá vou eu sentar-me a um canto sozinha com o meu ursinho pela mão, chega lá um miúdo mais velho e arranca-mo da mão e ri-se de mim, como se fosse um palhaço, estou farta dele e das infantilidades dele.
- Vais pagá-las parvalhão, o meu ursinho não!
- Vais-me bater, é? - goza ele
- Se for preciso! E nisto atiro-me a ele, completamente enraivecida, com a minha força de urso pardo daquele momento, atirei-o ao chão, sentei-me em cima dele e puxei-lhe os cabelos ao mesmo tempo que gritava bem e expressava toda a minha fúria.
Porra, a educadora viu-me e estou em muitos maus lençóis, levanta-me e ralha comigo, a minha mãe chegou finalmente e já soube do meu ataque de fúria contra aquele empertigado.
Chegámos a casa enfiou-me no quarto e deu-me uma grande sova de chinelo na mão.
- Estou farta das tuas tretas, não te metas com os outros, deixa-os apenas no seu canto e limita-te à tua ignorância – gritava a minha mãe
- Mamã desculpa, desculpa mamã – dizia entre lágrimas e soluços.
Finalmente, ela saiu do meu quarto eu olhei pela janela e lá fora estavam alguns meninos da minha escola e perceberam o que se passava, gozavam comigo e riam-se bem alto.
Naquele momento só queria morrer.
(continua)

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